sexta-feira, 25 de setembro de 2009

GALERIA LAURA ALVIM RECEBE EXPOSIÇÃO DE ANGELO VENOSA




Extraído de: Governo do Estado do Rio de Janeiro - 23 de Setembro de 2009

A Galeria Laura Alvim, na Casa de Cultura Laura Alvim, com o patrocínio da Secretaria de Cultura, inaugura nesta quarta-feira (23/09) a mostra individual Turdus, de Angelo Venosa. A mostra teve como matéria-prima o crânio de um suposto sabiá, que serviu de ponto de partida para a confecção de cinco peças inéditas, sendo quatro de grandes dimensões.

Venosa submeteu a cabeça do pássaro a uma ressonância magnética para ter mais detalhes e mais tons de cinza do que lhe daria uma tomografia. O artista também precisava segmentar o crânio do sabiá em cortes transversais.

- Como em uma aula de dissecação, o artista retira a pele dos objetos para chegar aos elementos estruturais de seu corpo, aos pilares da forma. O esqueleto é o que sobra, mas é essa sobra que parece interessar ao artista como objeto pleno e vivo - diz Ligia Canongia, curadora da Galeria Laura Alvim.

A abordagem científica, técnica, tecnológica é só parte do processo, como explica Venosa:
- Há uma diferença entre projeto e realização, entre a precisão dos meios e aquilo que a obra revela, uma palpitação, que é o que me interessa.

Nos anos 90, quando começou a lidar com as camadas não visíveis de objetos, o artista cerrou à mão um modelo de cabeça de fêmur em gesso, depois de escaneada. Venosa chegou a pedir emprestada de um chef amigo uma máquina de cortar frios, tão precárias eram as ferramentas à época. Salvou-o um condenado à morte nos EUA, cujo corpo foi doado para pesquisa.

O cadáver foi fatiado, a partir do qual foi criado o projeto digital The visible human, do qual se utilizou em seu trabalho.


Segundo o escultor, apesar da forma de ser vivo, o crânio do passarinho vira "uma coisa" para seu propósito escultórico.

Intitulada Ah· ,Venosa construiu uma peça com galhos de madeira, unidos por uma ponta de cobre. Esta forma, diz ele, nada tem a ver com a ressonância magnética. A madeira que um assistente trouxe para o ateliê para esta obra chama-se sabiá. Mera coincidência.

Uma segunda escultura ganhou o título de Há, feita em lâminas de madeira que fazem um volume, ora empilhadas, ora separadas. Os títulos das duas peças têm o mesmo som. São separadas pela grafia.

Sob o título Turdus, o mesmo da exposição, Venosa colou 170 placas de acrílico preto e transparente, cada uma reproduzindo um corte da ressonância magnética. As fatias são coladas umas às outras, construindo a forma do crânio do sabiá.

A peça-mote da mostra está presente dentro de uma caixa de acrílico transparente.
Em 2008, a editora Cosac Naify lançou um livro sobre sua obra. Ainda este ano, Venosa expõe no Museu Chácara do Céu, no ciclo Ateliê da Gravura, e faz individual na Galeria Mercedes Viegas, no Rio de Janeiro.

Serviço
Angelo Venosa "Turdus"
Escultura
Galeria Laura Alvim
Curadoria: Ligia Canongia
Abertura: quarta-feira (23/9), 19h
Em cartaz: até 15 de novembro
Terça a domingo, das 13 às 21h
Grátis
Autor: Por Ascom da Secretaria de Cultura

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ESCULTURAS EM EXPOSIÇÃO NA CÂNDIDO MENDES



Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009



Até o dia 30 de setembro, a unidade Méier da Universidade Cândido Mendes está com a mostra gratuita “Esculturas do mar”. As obras, de autoria do artista plástico Antonio Fernandes Varela, são criadas a partir de elementos poluidores encontrados na natureza e tem como inspiração o trabalho do polonês naturalizado brasileiro Frans Krajcberg, conhecido por sua atuação como ativista ecológico e por criar esculturas elaboradas com madeira calcinada.Varela é engenheiro agrônomo de formação e pinta desde os 15 anos de idade. Hoje, o artista está com 58 anos e dedica-se mais enfaticamente às esculturas.As obras da mostra estão expostas na galeria da Universidade Cândido Mendes do Méier, que fica no Méier Off-Shopping, também conhecido como Galeria Oxford.

Esculturas do marAté 30 de setembro. Entrada franca. Universidade Cândido Mendes do Méier: Rua Dias da Cruz, 188, 3º andar – Méier Off-Shopping Tel: 21 3899-1613


Frans Krajcberg (kozienica, 12 de abril de 1921) é um pintor, escultor, gravador e fotógrafo, nascido na Polônia e naturalizado brasileiro.Com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, Krajcberg buscou refúgio na União Soviética, onde estudou engenharia e artes na Universidade de Leningrado. Em 1941 engajou-se no Exército Polonês, e lutou até o fim da guerra em 1945. Residiu na Alemanha prosseguindo seus estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart.


Chegou ao Brasil em 1948, vindo a participar da primeira Bienal de São Paulo, em 1951. Durante a década de 1950 o seu trabalho era abstrato.De 1958 a 1964 viveu entre as cidades de Paris, Ibiza e Rio de Janeiro, onde produziu os seus primeiros trabalhos fruto do contato direto com a natureza. Na década de 1960 morou em uma caverna no Pico da Cata Branca, região de Itabirito, no interior de Minas Gerais. Ali na região, à época, era conhecido como o barbudo das pedras, uma vez que vivia solitário, sem conforto, tomando banho no rio vizinho, enquanto produzia, incessantemente, gravuras e esculturas em pedra.


Em 1964, executou as suas primeiras esculturas com troncos de árvores mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal Matogrossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados. Na década de 1970 ganhou projeção internacional com as suas esculturas de madeira calcinada.A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente. Atualmente, o artista tem se dedicado à fotografia.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

HOMENS DE GELO DERRETEM EM ATO CONTRA AQUECIMENTO GLOBAL

ONG WWF diz que 25% da população sofrerá com degelo das calotas polares

Berlim, Alemanha. Cerca de mil esculturas de gelo feitas pela artista brasileira Nele Azevedo ficaram expostas, ontem, nas escadarias do Concert Hall, em Berlim, na Alemanha. A artista alerta para as graves consequências que o efeito estufa está causando ao planeta Terra.

A manifestação, patrocinada pela ONG Fundo Mundial para a Natureza, a WWF, visa a chamar a atenção do mundo para o derretimento das calotas polares em razão do aquecimento global. Com o ato, a artista quis mostrar que "se algo não for feito estaremos fadados à fúria da natureza".

Os homens em miniatura foram expostos sob o sol, as esculturas derreteram em meia hora simbolizando o efeito que pode causar ao homem.

Documento. De acordo com um estudo publicado ontem pela WWF, quase 25% da população mundial está ameaçada pelas inundações em consequência do degelo do Ártico. O estudo foi publicado à margem da conferência sobre o clima que acontece em Genebra até 4 de setembro. Segundo a ONG, o nível dos mares pode subir mais de um metro até 2100 com o impacto do aquecimento global sobre as calotas polares. A projeção, aproximadamente duas vezes maior do que o número da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros órgãos, leva em conta o impacto do desaparecimento das calotas da Groenlândia e da Antártida ocidental.

A subida acentuada do nível dos mares também pode inundar regiões costeiras em todo o mundo. "Se permitirmos que o Ártico fique muito quente, há dúvidas sobre se seremos capazes de manter esse controle", disse Martin Sommerkorn, do programa para o Ártico do WWF, em comunicado. "É urgentemente necessário que controlemos as emissões de gases do efeito estufa, enquanto ainda podemos."

A grande perda de gelo marinho resultante do aquecimento duas vezes mais rápido do Ártico em relação ao resto do mundo vai afetar as condições climáticas muito além dos polos, de acordo com a WWF. Europa e América do Norte podem, por exemplo, passar por invernos atipicamente frios, ao passo que a Groenlândia pode ter invernos mais quentes com a mudança de umidade e a subida do nível dos mares. Além disso, o aquecimento do Ártico pode se tornar em si um motor para o aquecimento global.

"Atualmente, o Ártico aquece duas vezes mais rápido do que a Terra, o que constitui uma ameaça a todo o planeta", disse o chefe de política climática da WWF Suíça, Patrick Hofstetter, citado no comunicado. À medida que a extensão do gelo diminui e que a superfície dos oceanos aumenta, a quantidade de energia solar absorvida também aumenta. "Isso faz com que as temperaturas subam mais ainda", afirma o estudo.

Números1metro ou mais pode subir o nível do mar até 2100, segundo estudo da WWF 40% das emissões de CO2 devem ser reduzidos pelos países industrializados até 2020 para evitar o degelo BrasilAntártida. Em meados de agosto, o governo brasileiro aprovou uma verba de financiamento para pesquisas científicas na Antártida da ordem de US$ 7,5 milhões, a maior quantia já destinada para a atividade e mais da metade do que o Brasil já aplicou em ciência desde que criou o Programa Antártico Brasileiro, em 1982.Objetivo. Para o Ministério da Ciência e Tecnologia, que liberou os recursos, o objetivo do financiamento é ampliar o conhecimento sobre os fenômenos ambientais na Antártida e suas influências globais, estimulando a cooperação científica com outros países sul-americanos que tenham programas antárticos.


ANTES... (ARTE EFÊMERA - 290 "HOMENS DE GELO" DERRETEM NA SÉ)
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando os sinos da catedral da Sé anunciaram o meio-dia de ontem, a artista plástica Nele Azevedo, 53, começou a dispor 290 pequenas esculturas na escadaria lateral da praça que marca o centro da cidade de São Paulo.

Pequenos homens e mulheres cabisbaixos, como se estivessem sentados nos degraus. Esculturas representativas comuns, se não fosse pelo material com que foram concebidas: gelo.
Aos olhos da platéia que se reunia em torno das esculturas, pés, ombros e cabeça de cada peça começaram a pingar, consumidos pelo Sol do segundo dia mais quente do outono (31,5 ºC) e da pedra dos degraus da Sé.

"Nesse calorão, dá vontade de roubar uma escultura e chupar", brincou o metalúrgico Izaias José, 22. "Essa performance serve para duas coisas: para filosofar sobre a vida e para tomar uísque", comentou um estudante. Na medida em que derretiam, os homenzinhos de gelo ganhavam expressão. Inclinavam-se sobre si mesmos, recostavam-se uns nos outros, perdiam membros, caíam, quebravam e desapareciam numa poça de água. "Derretidos, eles formam um cenário de desolação. É triste vê-los assim, sumindo. Mas lembra a gente de que nada é eterno", ensaiou o preparador físico Wagner Carvalho, 40. Em pouco mais de 25 minutos, sob os aplausos de quem assistiu ao processo de liquefação da arte de Nele Azevedo, a pequena multidão de gelo desaparecera. Segundo a artista, a performance “Monumento Mínimo”, promovida pelo Sesc Carmo, contrapõe os monumentos tradicionais, feitos para durar. “Assim como todos nós somos duração no tempo, criei monumentos para serem esquecidos”.

Antonio Gaudério/Folha Imagem
Estatuetas de gelo da performance "Monumento Mínimo" derretem nas escadarias da catedral da Sé, no centro de São Paulo. Folha de S.Paulo - Arte efêmera: 290 "homens de gelo" derretem na Sé - 08/04/2005 Página 1 de 2

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0804200507.htm%208/4/2005

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

EXPOSIÇÃO - MATISSE NA PINACOTECA DE SÃO PAULO


Uma das odaliscas de Matisse, artista francês que é referência do século 20 e do fauvismo


Folha Online
Henri Matisse/Divulgação


Uma das odaliscas de Matisse, artista francês que é referência do século 20 e do fauvismo
Neste sábado (5), a Pinacoteca do Estado (região central) inaugura "Matisse Hoje", exposição individual de uma das maiores referências das artes do século 20, o francês Henri Matisse (1869-1954). Esta é a primeira vez que São Paulo recebe uma exposição do artista.


A mostra --que faz parte da programação oficial do Ano da França no Brasil-- reúne 80 obras do artista, entre esculturas, desenhos, fotos, documentos e livros ilustrados vindos de coleções públicas e particulares do Brasil e da França. A ideia é apresentar traços característicos do processo criativo do artista, como a combinação única e intensa de cores, linhas e espaço.


Obras de cinco artistas franceses contemporâneos, influenciados pelo universo matissiano, também integram a mostra --Cécile Bart, Christophe Cuzin, Frédérique Lucien, Pierre Mabile e Philippe Richard.


Pertencentes ao acervo da Pinacoteca, trabalhos dos brasileiros Beatriz Milhazes, Rodrigo Andrade, Paulo Pasta, Dudi Maia Rosa, Felipe Cohen e Waltércio Caldas também fazem parte de "Matisse Hoje".


Pinacoteca do Estado - pça. da Luz, 2, Bom Retiro, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3324-1000. Até 1º/11. Ter. a dom.: 10h às 17h30 (c/ permanência até as 18h). Ingr.: R$ 6 (grátis aos sábados). Classificação etária: livre.